Esse terceiro texto da
disciplina de Economia e Finanças tem como objetivo continuar o assunto sobre a
Teoria do Consumidor, agora abrangendo novos aspectos, como a restrição
orçamentária e a curva da indiferença, ferramentas essenciais dessa teoria.
Esses novos aspectos não tratam tanto do consumidor em si, mas de como suas
ações tem embasamento matemático e financeiro, e como se aplicam entre si. Por
exemplo, como a curva de indiferença e a taxa marginal de substituição são
usadas para entender escolhas do consumidor e outras ações.
É esperado desse documento
apenas uma breve e simples introdução a esses novos temas, e como eles se
encaixam na Teoria do Consumidor, já estudada anteriormente.
A
curva de indiferença é uma representação gráfica em plano cartesiano, que
representa a satisfação do consumidor ao adquirir um produto ou outro, que lhe
garantiram a mesma utilidade.
No
gráfico abaixo a quantidade de produtos A comprados é representado pelo eixo X
e a quantidade de produtos comprados B é representado pelo eixo Y. A linha 1 é
a curva de indiferença, ou seja, qualquer quantidade de produtos A e B
comprados que estejam sobre essa linha, vai ser indiferente ao consumidor. Já
que lhe proporcionará o mesmo grau de satisfação. O Ponto A(3,2) indica que o
consumidor comprou 3 produtos A e 2 produtos B, e o Ponto B(1,4) indica que o
Consumidor comprou 1 produto A e 4 produtos B. E em ambos os casos o consumidor
obteve o mesmo nível de satisfação.
O
grau de satisfação do consumidor também aumenta de acordo com o que a linha se
afasta do Ponto (0,0). Ou seja, A linha 2 representa um grau de satisfação
maior que a linha 1. E a linha 3 representa um grau maior de satisfação do que
a linha 3.
Abaixo, alguma características da curva de indiferença:
· Inclinação negativa. A curva de indiferença sempre possui inclinação negativa, pois
sempre que o consumidor compra mais de um dos produtos, indica que ele compra
menos de outros produto, sempre tendo o mesmo nivel de satisfação. Se a
inclinação fosse positiva, isso violaria a premissa de que uma quantidade maior
de mercadoria causaria maior satisfação ao consumidor.
· As Curvas
não podem se cruzar. As curvas de Indiferença não podem se cruzar,
pois isso também violaria a premissa de que, quanto mais produtos comprados,
maior satisfação.
3. Restrição Orçamentária
Esse assunto trata de como
um consumidor pode gastar sua renda de forma a não excedê-la e saber quanto de
cada produto poderá comprar para equilibrar os gastos.
A restrição orçamentaria
trabalha em uma área onde são comparados dois bens, ou seja, a partir do custo
de um produto A e um produto B, será analisado quanto de cada produto poderá
ser comprado para não ultrapassar a renda.
Para isso, contamos com uma
fórmula matemática:
R
= Qa.x +Qb.y
Onde:
R: Renda.
Qa: Quantidade do produto A.
Qb: Quantidade do produto B.
x: Valor de cada produto A.
y: Valor de cada produto B.
Suponhamos que um produto A
custe R$5,00 e um produto B custe R$10,00 e que a renda seja igual a R$1000,00.
Aplicando a fórmula temos:
Se isolarmos A temos:
Nesse caso o -2 será o
coeficiente angular da equação, ou seja, para cada unidade de B que for
comprada, será necessário deixar de comprar duas unidades de A.
Nos casos apresentados,
ainda não se considera a preferencia do consumidor, pois o consumidor pode ter
sua preferencia. A preferencia será o próximo tópico a ser tratado.
Exemplo para ilustração:
Supondo uma renda de R$
1.000,00 e supondo o preço médio de cada refeição de R$ 20,00 e preço médio do
vestuário de R$ 100,00. O consumidor poderia usar toda a renda para comprar
alimentação, o que daria em 50 refeições (Cmax = R/Pa, ou 1000/20 = 50). Ou
poderia gastar toda a renda em vestuário, o que daria 10 peças de vestuário
(1000/100 = 10).
Assim, a curva de restrição
orçamentária teria no ponto vertical vestuário (10) e no ponto horizontal,
alimentação (50), sendo as combinações feitas a partir desse sentido. Se for
dividido ainda 50/10, daria para comprar uma unidade a mais de vestuário a cada
redução de 5 refeições, assim como a economia de 1 peça de vestuário retornaria
5 refeições a mais.
4. Premissas básicas
O estudo das preferências do
consumidor, conciliado com a restrição orçamentária do mesmo, nos serve de
subsídio para entender as escolhas do consumidor. Uma vez que levamos em conta
que os consumidores são racionais*, e por isso escolhem as melhores coisas
pelas quais podem pagar. De outra forma, escolhem os bens que preferem dada uma
restrição orçamentária.
A partir da análise desses
recursos chegamos a conclusões importantes que nos ajudam a entender o
comportamento dos consumidores, conclusões essas que são Também chamadas de
axiomas.
Antes de comentar sobre as
premissas, faz-se necessidade entender algumas ideias como as cestas de
mercado.
Uma cesta de mercado
consiste em um conjunto de uma ou mais mercadorias sendo que, uma cesta de
mercado pode ser preferida a outra cesta que contenha uma combinação distinta
de mercadorias.
A partir dessa breve
introdução referente a cestas de mercado, podemos definir os axiomas de
preferência do consumidor como:
- Completa: Pressuposto que afirma que todas as cestas de bens podem ser comparadas, de forma que os consumidores possam escolher entre elas.
- Reflexiva: Pressuposto que afirma que todas as cestas de bens são tão boas quanto elas mesmas. Em outras palavras, pode-se dizer que nenhum consumidor estaria disposto a pagar mais por uma cesta de bens A, igual a cesta de bens B, de menor preço.
- Transitividade: Pressuposto que afirma que se uma combinação de cestas de bens A é preferível a outra combinação B, B por sua vez é preferível a C, logo, por transitividade, A é preferível a C.
* A Economia Comportamental (Behavioral Economics) mostra
que não são tão racionais assim.
5. Taxa marginal de substituição
Representada por TMgs a Taxa
marginal de substituição é um conceito de microeconomia que diz o quanto se
esta disposto a se desfazer de um produto A em troca de um produto B, porem não
alterando o grau de satisfação do consumidor. A quantidade da troca varia de
acordo com a necessidade que se tem de obter o outro produto.
Por exemplo, uma pessoa tem
uma extrema necessidade de obter o produto B, e possui 15 unidades do produto
A, esta pessoa estaria disposta a trocar 5 unidades de A por 1 unidade de B,
assim a pessoa agora possui 1 unidade de A e 10 unidades de B, podemos dizer
que a TMgs neste caso é de 5.
No entanto pode ainda haver necessidade do produto A,
porem agora esta necessidade não é extrema como anteriormente, então a
disposição da
troca deve diminuir, sendo assim agora a pessoa está
disposta a trocar apenas 2 unidades do produto B por 1 unidade do produto A,
sendo assim agora a TMgs é de apenas 2, e o resultado desta troca é 2 produtos
de A e 8 produtos B.
Conceituando
podemos dizer q a TMgs sempre será decrescente quando a nesse cidade de
obtenção do produto diminuir, e é constatado que quanto mais se obtém de um
produto menor será sua necessidade de outra unidade, porque maximizamos a
utilidade daquele produto.
6. Conclusão
Concluímos que essas
ferramentas estudadas nesse documento são importantes para estudar as ações do
consumidor e suas escolhas. A taxa marginal de substituição dita o pensamento
que um consumidor pode ter sobre a escolha entre um produto A ou B; e as premissas
precisam sempre serem levadas em conta ao estudar suas escolhas. Isso sem levar
em conta a restrição orçamentária do indivíduo, que pode ou não controlar seus
recursos que serão gastos.
Esse texto, juntamente com o
texto anterior que explicava brevemente sobre as ações do consumidor, tentam
explicar um conjunto de fatores que leva o consumidor a fazer suas escolhas.
Não só suas preferências e vontades, mas também agora sua restrição
orçamentária, seu poder de decisão sobre substituições entre um produto e
outro, e as premissas levadas em conta ao decidir.
Referências Bibliográficas
BRASIL, J. C. Microeconomia:
Taxa Marginal de Substituição (TMS). Disponível em: <http://dbconcurseiro.blogspot.com.br/2012/05/microeconomia-taxa-marginal-de.html>.
Acesso em 20 de maio de 2013.
NUNES, P. Conceito de Taxa Marginal de Substituição. Disponível em: <http://www.knoow.net/cienceconempr/economia/taxamarginaldesubstituicao.htm>. Acesso em 20 de maio de 2013.
UFRJ, Instituto de Economia. Teoria do Consumidor. Disponível em: <http://www.ie.ufrj.br/hpp/intranet/pdfs/15_aula_15_teoria_do_consumidor_cap10_cont.pdf>.
Acesso em 20 de maio de 2013.
ANDRADE, E de. Teoria
do Consumidor: microeconomia e finanças pessoais. Disponível em: <http://profelisson.com.br/2012/06/18/microeconomia-e-a-questao-da-restricao-orcamentaria/>.
Acesso em 20 de maio de 2013.
Informe Econômico. Curva
de Indiferença. Disponível em: <http://www.informeeconomico.com.br/conceitos/curva-de-indiferenca/>.
Acesso em 20 de maio de 2013.
NUNES, P. Curva de
Indiferença. Disponível em: <http://www.knoow.net/cienceconempr/economia/curva_de_indiferenca.htm>.
Acesso em 20 de maio de 2013.
Autores: Carlos Vinícius Pancioni AD121164
Larissa Oliveira Simões AD121176
Matheus Henrique Leite AD121188
Rafael Henrique Camargo AD121196
Nicolas de Castro Silva AD121191
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